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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Quando o patrão não quer ver o currículo (nem a cara), o que acontece?

Contratar "às cegas": sem nomes nem currículos, o que conta são as capacidades

Sem nomes nem currículos, como escolher entre os vários candidatos a um emprego? A opção é pouco habitual mas a "contratação às cegas" é uma nova aposta de algumas empresas, num esforço para julgar os candidatos pelas capacidades e talentos que possuem e não pelos percursos académicos ou experiência. A alternativa é fazer testes de forma quase anónima.

Empresas como a Compose Inc, uma tecnológica norte-americana, dispensam qualquer currículo na altura da contratação. E informações que possam vir a criar preconceitos ou suscitar conclusões precipitadas do entrevistador, como o nome ou que escolas o candidato frequentou, são omitidas nos primeiros contactos com a empresa.

Kurt Mackey, presidente executivo da Compose, admitiu ao The Wall Street Journal que muitas vezes contratavam pessoas com as quais os entrevistadores tinham grande empatia, que já tinham trabalhado com grandes empresas ou que tinham uma boa rede de contactos. Para Mackley, isto nem sempre era sinónimo de produtividade.

Assim, a Compose começou a pedir aos candidatos para realizarem tarefas de modo anónimo, como escrever textos ou trabalhar em simulações de projetos. Segundo Mackey, a mudança foi um sucesso, apesar de algumas pessoas insistirem em colocar o nome no projeto, e os que foram de facto contratados estão a fazer um ótimo trabalho.

De acordo com o WSJ, esta e outras empresas têm-se mostrado satisfeitas com este método por acreditarem que, desta forma, são revelados verdadeiros talentos e atingidos melhores resultados. Além disso, os gerentes defendem que "o que sabemos" é mais importante do que "como o sabemos".

As "contratações às cegas" estão também a relançar a discussão sobre o número de decisões que são tomadas, de forma inconsciente, com base em estereótipos ou preconceitos. Estudos sobre preconceitos inconscientes mostram que até o nome de uma pessoa pode alterar o modo como ela é encarada e até impedir uma contratação. Uma investigação realizada por professores de quatro universidades norte-americanas e publicada The Fortune revelou que os candidatos com nomes tradicionalmente associados à comunidade afro-americanos tinham menos 16% de hipóteses de serem chamados para entrevistas de emprego.

Outro estudo, desta vez da Academia Nacional de Ciências, realizado em 2012, provou que membros das faculdades responsáveis por avaliar candidaturas consideravam os candidatos masculinos mais dignos de confiança do que os femininos com o mesmo percurso académico.

Aline Lerner, que criou uma plataforma de entrevistas anónimas, disse ao Post que muitas vezes era obrigada a dispensar bons candidatos por não terem andado em escolas e universidade conceituadas ou por não terem passado por empresas como a Google ou o Facebook. "O facto de eles terem as portas fechadas nas suas caras mesmo antes de conseguirem provar do que eram capazes era extremamente frustrante".

Outro exemplo de como as contratações às escuras prometem redistribuir as oportunidades é o caso de Kendall Madden. Quando a empresa de marketing e publicidade Levenson Group, com sede em Dallas, lançou um desafio aos candidatos para criarem um anúncio para um dos seus produtos exclusivamente para a rede social Instagram, não imaginavam que a candidata vencedora fosse uma jovem acabada de se formar, sem experiência ou formação em marketing. Paul McEnany, o diretor de produtos da empresa admitiu que, se se tivessem baseado no currículo Kendall Madden provavelmente "nem teria sido chamada... ( continua em http://www.dn.pt/sociedade/interior/contratar-as-cegas-sem-nomes-nem-curriculos-o-que-conta-sao-as-capacidades-4966505.html )

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FIALHO, Arivelto Bustamante. QUADROS, Augusto Wagner Farias de. CARVALHO, Nilton Cezar. Tecnologia da informação e educação contemporânea. Porto Alegre: César Gonçalves Larcen Editor, 2015. 65p. il.

CALLONI, H.; LARCEN, C. G. From modern chess to liquid games: an approach based on the cultural studies field to study the modern and the post-modern education on punctual elements. CRIAR EDUCAÇÃO Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação UNESC, v. 3, p. 1-19, 2014.
http://periodicos.unesc.net/index.php/criaredu/article/view/1437


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